terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Vou -me embora pra Pasárgada

  
(fragmento)
Vou -me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui não sou feliz
(...)
E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau de sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe dágua
Prá me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora prá Pasárgada
Manuel Bandeira


Pasárgada
Não foste embora prá Pasárgada
Não era teu destino
Não te habituarias lá
Em teu território próprio, instranferível
Nem rei, nem amigo de rei
És puramente aquele lúcido
E dolorido homem experiente
Que subjugou seu desespero
A poder de renúncia, vigília e ritmo."
Carlos Drummond de Andrade

Vou-me embora de Pasárgada!
fragmento

vou-me embora de Passárgada
sou inimigo do rei
não tenho nada que eu quero
não tenho e nunca terei
vou-me embora de Passárgada
aqui eu não sou feliz
a existência é tão dura
as elites tão senis
que joana , a louca da Espanha
ainda é mais coerente
do que os donos do país.
Millôr Fernandes