quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Serendipity

Não conheço nenhuma palavra mais bonita do que "Serendipity". Por isso, vou usá-la na minha despedida de final de ano.

Inventada por um inglês, em 1754, que se inspirou numa lenda persa, "serendipity" é uma palavra impossível de ser traduzida para outros idiomas num único termo.

Superficialmente, ela significa o prazer das descobertas ao acaso. Um velho amigo encontrado numa inóspita cidade estrangeira, os acordes de um violino tocado em um parque numa tarde de outono, uma súbita paisagem de uma praia que aparece quando caminhamos numa mata fechada.

Um encontro amoroso no final da madrugada, quando já estávamos conformados de ficar sozinhos ou um prato feito com ingrediente exótico num improvável restaurante de beira de estrada.

Mas o significado profundo de "serendipity" vai além do imprevisto. É o encanto da transformação dos acasos em aprendizagem. 

Por trás da palavra, existe a ideia de que o melhor da vida é a aventura do aprender pela experiência -o que compensaria os riscos e a dor provocada pelos sucessivos erros.

(adaptado do texto de despedida de Gilberto Dimenstein, mas que acertou a minha palavra mais bonita.)