quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Saudades


Saudades! Sim.. talvez.. e por que não?...
Se o sonho foi tão alto e forte
Que pensara vê-lo até à morte
Deslumbrar-me de luz o coração!

Esquecer! Para quê?... Ah, como é vão!
Que tudo isso, Amor, nos não importe.
Se ele deixou beleza que conforte
Deve-nos ser sagrado como o pão.

Quantas vezes, Amor, já te esqueci,
Para mais doidamente me lembrar
Mais decididamente me lembrar de ti!

E quem dera que fosse sempre assim:
Quanto menos quisesse recordar
Mais saudade andasse presa a mim!

Florbela Espanca, in "Livro de Sóror Saudade"

terça-feira, 15 de setembro de 2009

EU NÃO SOU EU



Eu não sou eu.
Sou este
que vai ao meu lado sem eu vê-lo;
que, por vezes, vou ver,
e que, às vezes, esqueço.
O que se cala, sereno, quando falo,
o que perdoa, doce, quando odeio,
o que passeia por onde estou ausente,
o que ficará de pé quando eu morrer.

Juan Ramón Jiménez

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

quinta-feira, 3 de setembro de 2009



"Vocês ficariam horrorizados se soubessem as coisas em que acredito. Esse horror só seria maior se um dia percebessem as coisas em que vocês acreditam... em seu cetisimo cínico."
Duda Teixeira

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Nada mais que a paixão



Não espere de mim nada mais que a paixão

Não espere nada de mais do meu coração
Que bate, rebate e grita
Geme, chora e se agita
Sambando nas cordas bambas de uma viola vadia
Não espere encontrar numa canção
Nada além de um sonho, nada além de uma ilusão
Talvez, quem sabe, a verdade
A infinita vontade de arrancar
De dentro da noite a barra clara do dia
Egberto Gismonti & João Carlos Pádua