segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Eu não sentia nada.
Só uma transformação pesável.
Muita coisa importante falta nome.
(João Guimarães Rosa)

sábado, 26 de fevereiro de 2011

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Vou -me embora pra Pasárgada

  
(fragmento)
Vou -me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui não sou feliz
(...)
E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau de sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe dágua
Prá me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora prá Pasárgada
Manuel Bandeira


Pasárgada
Não foste embora prá Pasárgada
Não era teu destino
Não te habituarias lá
Em teu território próprio, instranferível
Nem rei, nem amigo de rei
És puramente aquele lúcido
E dolorido homem experiente
Que subjugou seu desespero
A poder de renúncia, vigília e ritmo."
Carlos Drummond de Andrade

Vou-me embora de Pasárgada!
fragmento

vou-me embora de Passárgada
sou inimigo do rei
não tenho nada que eu quero
não tenho e nunca terei
vou-me embora de Passárgada
aqui eu não sou feliz
a existência é tão dura
as elites tão senis
que joana , a louca da Espanha
ainda é mais coerente
do que os donos do país.
Millôr Fernandes







sábado, 19 de fevereiro de 2011

“E nenhuma chama nos devora tão rapidamente quanto os afetos do ressentimento. 

O aborrecimento, a suscetibilidade doentia, a impotência de vingança, o desejo, a sede de vingança, o revolver venenos em todo sentido [...] 

O ressentimento é o proibido em si para o doente – seu mal: infelizmente também sua mais natural inclinação.” 

Ecce Homo, Por que sou tão sábio, 6.Ressentimento em Nietzsche

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

"sou fascinada pelos momentos de transição, em que as pessoas ficam paralisadas, sem saber o que querem fazer, e precisam escolher o caminho, um rumo que pode rededinir tudo." 
Sofia Coppola

sábado, 5 de fevereiro de 2011

 
 
"Eu gostaria de levar para as pessoas algo como a felicidade. Eu gostaria de descobrir um método que, se eu quisesse que chovesse, chovesse imediatamente. Se um de meus amigos estivesse doente, eu gostaria de tocar uma certa música e cura-lo; se ele estivesse falido, tocaria uma música diferente e ele receberia imediatamente todo o dinheiro que precisasse." 
(John Coltrane)

Confissão



Fecha os olhos e confessa que não consegue me esquecer nem quando está de olhos vendados. Eu tenho o direito de passear pelos teus olhos, roçar a pele dos teus lábios, provar o desenho da fibra da tua língua, sussurrar em teu ouvido. Eu invado e mesmo onde não me é permitido, entro.E me instalo. Sentimental, tenho todas as permissões assinadas pela tua pele. Na tua paixão, tem o meu DNA em qualquer situação. Se quiser me submeter a exames, estou pronto.

João Barbosa

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Chega um momento em que somos aves na noite, pura plumagem, dormindo de pé, com a cabeça encolhida. O que tanto zelamos na fileira dos dias, o que tanto brigamos para guardar, de repente não presta mais: jornais, retratos, poemas, posteridade. Minha bagagem é a roupa do corpo. 
Fabrício Carpinejar