Edward Hopper

"...Pelo azul e pelo mar; pelo espaços e pelo vazio dos espaços; pelo cor-de-laranja; pelos faróis; pela solidão; pela luz branca, que é leve, pesada, exacta; pelas cidades; pelo cansaço e pela desilusão; por algumas árvores numa aguarela; pela alegria; pelo corpo em frente ao sol; pelas casas magníficas. Cada fase durou o seu tempo e em cada uma delas, saciada de luz, eu gostei do Hopper mais um bocadinho."
São Reino

As Ondas

"... Rostos flexíveis, com peles enrugadas sempre remexendo-se de acordo com a multiplicidade de suas sensações..."
Virgínia Woolf

A Cadeira

foto-Ticiia Pessoa
A cadeira descansa em paz , pois quem antes a usava não mais o fará.

Seu proprietário faleceu aos 70 anos de cadeira mais 20 de vida. Um dono leal ; trabalhava na fazenda como guardião e embora não passasse muito tempo em casa sentava-se para fazer suas reflexões e escrever cartas para sua netinha que sempre o visitava. Agora, só, a cadeira sob a luz do sol da manhã parece pacífica mas é como se algo lhe faltasse, algo que antes estava em harmonia e que agora naquela imagem encontrava-se incompleta. Talvez, se a cadeira pudesse falar, ainda que fosse uma única frase e depois se calasse para sempre; sem dúvida alguma essa frase seria um caloroso “ Adeus ”.

Gabriel Monteiro (13 anos)