sábado, 25 de julho de 2009

Tradição Koinobori




No Japão, famílias com filhos homens hasteiam, no dia 5 de maio, sobre um mastro de bambu, o Koinobori, que é uma carpa colorida de tecido ou papel. Quando o Koinobori é visto tremular junto ao céu azul tem-se a impressão de estar vendo uma carpa nadando contra a correnteza. O Koinobori representa o Dia dos Meninos, e a carpa é um símbolo de força, persistência, bravura e sucesso. Esse peixe consegue nadar e subir correntezas e cataratas sem a ajuda de ninguém, e numa fábula chinesa, a valente carpa se transforma num dragão no final da escalada. Os atributos que a carpa simboliza parecem virtudes militares (persistência, coragem, sucesso), e de fato, ela está em algumas lendas que falam de guerras ocorridas num período remoto, tanto é que nos santuários do deus da guerra, Hachiman, são distribuídos amuletos em forma de carpa. A prática de hastear o Koinobori surgiu no século XVII entre os plebeus urbanos, que resolveram apresentar uma alternativa ao costume dos samurais de exibirem suas armas e armaduras no Dia dos Meninos. Além de ser mais simples, a carpa de tecido simbolizaria os mesmos valores pretendidos pelos guerreiros sem ser tão ostensivo.
Tirado do site do artista plástico Lucas Isawa

quinta-feira, 23 de julho de 2009


No começo era o verbo. Só depois é que veio o delírio do verbo. O delírio do verbo estava no começo, lá onde a criança diz: “Eu escuto a cor dos passarinhos.” A criança não sabe que o verbo escutar não funciona para cor, mas para som. Então se a criança muda a função de um verbo, ele delira. E pois Em poesia que é a voz do poeta, que é a voz de fazer nascimentos - O verbo tem que pegar delírio.
Manoel de Barros

segunda-feira, 20 de julho de 2009

E de repente Raquel de Queiroz


" Eu existi, eu sou, eu pensei, eu senti,
e eu queria que você soubesse
."

sábado, 18 de julho de 2009


" Tempest in a teapot" or "a storm in a teacup" ?

segunda-feira, 13 de julho de 2009


- Cada um tem suas medidas.

- As suas são despropositadas. Você é sempre a mesma. Por otimismo, por ser muito voluntariosa, esconde de si própria a verdade e quando ela salta diante de seus olhos você desaba ou explode.

Simone de Beauvoir, "A idade da discrição"

domingo, 12 de julho de 2009


Brilhar pra sempre Brilhar como um farol Brilhar com brilho eterno Gente é pra brilhar Que tudo o mais vá pro inferno Esse é o meu slogan E o do sol
Maiakovski

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Teruko Oda contempla a lua de outono


.

Na luz quase opaca
um quê de desconforto
-
Lua da cidade.

Em longos monólogos
as perguntas sem respostas
-
Lua-desta-noite.

sexta-feira, 3 de julho de 2009


" Encontrar é achar, é capitular, é roubar, mas não há método para achar, só uma longa preparação.
Roubar é o contrário de plagiar, copiar, imitar ou fazer como.
A captura é sempre uma dupla captura, o roubo, um duplo-roubo, e é isto o que faz não algo de mútuo, mas um bloco assimétrico,
uma evolução a-paralela, núpcias, sempre "fora" e "entre".
Gilles Deleuze e Claire Parnet,
Dialogues


No último andar é mais bonito:
do último andar se vê o mar. É lá que eu quero morar. O último andar é muito longe: custa-se muito a chegar. Mas é lá que eu quero morar. Todo o céu fica a noite inteira sobre o último andar É lá que eu quero morar. Quando faz lua no terraço fica todo o luar. É lá que eu quero morar. Os passarinhos lá se escondem para ninguém os maltratar: no último andar. De lá se avista o mundo inteiro: tudo parece perto, no ar. É lá que eu quero morar: no último andar.

Cecília Meireles, Ou isto ou aquilo

Novos Traços