quinta-feira, 24 de junho de 2010

Dear Uncertainty,

Thanks for also essencially
being possibility. I'm a lot
more into you when I think
of you that way.

All the best,
Leah

Trailer Uma Noite em 67

quarta-feira, 23 de junho de 2010



Por cada homem enfurecido há sempre
dois ou três que o acalmam com palmadinhas nas costas,
por cada chorão, muitos mais limpadores de lágrimas,
por cada homem feliz, uma profusão de infelizes
a querer aquecer-se no calor da sua alegria.

E todas as noites pelo menos um homem
não consegue encontrar o caminho de casa
ou a sua casa mudou-se para outro lugar
e ele vagueia pelas ruas,
supérfluo.

Uma vez estava com o meu filho pequeno na estação
e um autocarro vazio passou por nós. O meu filho disse:
“Olha, um autocarro cheio de gente vazia.”

Yehuda Amichai

domingo, 20 de junho de 2010


A arte serve a beleza, e a beleza é a felicidade de possuir uma forma, e a forma é a chave orgânica da existência; tudo o que vive deve possuir uma forma para poder existir, e, portanto, a arte, mesmo a trágica, conta a felicidade da existência.
Boris Pasternak

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Ingenuidade

Não,
eu não podia me enganar assim
com uma criança qualquer
que veio ao mundo bem depois de mim
Eu não reclamo o que ela fez
só condeno a mim mesmo
por ter me enganado outra vez

Eu fiz o papel de um garotinho
quando arranja a primeira namorada
A ingenuidade acredita em tudo
porque do amor não entende nada

Eu que tantas vezes machuquei meu coração
e levei tantos anos pra curar
fui tornar a molhar meus olhos
coisa que eu luto a tanto tempo pra enxugar

Caetano Veloso

segunda-feira, 7 de junho de 2010



A Pátria

Ama, com fé e orgulho, a terra em que nasceste!
Criança! não verás nenhum país como este!
Olha que céu! que mar! que rios! que floresta!
A Natureza, aqui, perpetuamente em festa,
É um seio de mãe a transbordar carinhos.
Vê que vida há no chão! vê que vida há nos ninhos,
Que se balançam no ar, entre os ramos inquietos!
Vê que luz, que calor, que multidão de insetos!
Vê que grande extensão de matas, onde impera
Fecunda e luminosa, a eterna primavera!

Boa terra! jamais negou a quem trabalha
O pão que mata a fome, o teto que agasalha...

Quem com o seu suor a fecunda e umedece,
Vê pago o seu esforço, e é feliz, e enriquece!

Criança! não verás país nenhum como este:
Imita na grandeza a terra em que nasceste!

Olavo Bilac

quinta-feira, 3 de junho de 2010

IF


If you can keep your head when all about you
Are losing theirs and blaming it on you;
If you can trust yourself when all men doubt you,
But make allowance for their doubting too;
If you can wait and not be tired by waiting,
Or, being lied about, don’t deal in lies,
Or, being hated, don’t give way to hating,
And yet don’t look too good, nor talk too wise;

If you can dream—and not make dreams your master;
If you can think—and not make thoughts your aim;
If you can meet with triumph and disaster
And treat those two imposters just the same;
If you can bear to hear the truth you’ve spoken
Twisted by knaves to make a trap for fools,
Or watch the things you gave your life to broken,
And stoop and build ‘em up with wornout tools;

If you can make one heap of all your winnings
And risk it on one turn of pitch-and-toss,
And lose, and start again at your beginnings
And never breathe a word about your loss;
If you can force your heart and nerve and sinew
To serve your turn long after they are gone,
And so hold on when there is nothing in you
Except the Will which says to them: “Hold on”;

If you can talk with crowds and keep your virtue,
Or walk with kings—nor lose the common touch;
If neither foes nor loving friends can hurt you;
If all men count with you, but none too much;
If you can fill the unforgiving minute
With sixty seconds’ worth of distance run -
Yours is the Earth and everything that’s in it,
And—which is more—you’ll be a Man my son!
Rudyard Kipling