segunda-feira, 29 de junho de 2009
sexta-feira, 26 de junho de 2009
quarta-feira, 24 de junho de 2009
Pergunta-me
Pergunta-me se ainda és o meu fogo
se acendes ainda o minuto de cinza
se despertas a ave magoada
que se queda na árvore do meu sangue
Pergunta-me se o vento não traz nada
se o vento tudo arrasta se na quietude do lago
repousaram a fúria e o tropel de mil cavalos
Pergunta-me se te voltei a encontrar
de todas as vezes que me detive
junto das pontes enevoadas
e se eras tu quem eu via
na infinita dispersão do meu ser
se eras tu que reunias pedaços do meu poema
reconstruindo a folha rasgada
na minha mão descrente
Qualquer coisa pergunta-me qualquer coisa
uma tolice um mistério indecifrável
simplesmente para que eu saiba
que queres ainda saber
para que mesmo sem te responder
saibas o que te quero dizer
Mia Couto
Pergunta-me se ainda és o meu fogo
se acendes ainda o minuto de cinza
se despertas a ave magoada
que se queda na árvore do meu sangue
Pergunta-me se o vento não traz nada
se o vento tudo arrasta se na quietude do lago
repousaram a fúria e o tropel de mil cavalos
Pergunta-me se te voltei a encontrar
de todas as vezes que me detive
junto das pontes enevoadas
e se eras tu quem eu via
na infinita dispersão do meu ser
se eras tu que reunias pedaços do meu poema
reconstruindo a folha rasgada
na minha mão descrente
Qualquer coisa pergunta-me qualquer coisa
uma tolice um mistério indecifrável
simplesmente para que eu saiba
que queres ainda saber
para que mesmo sem te responder
saibas o que te quero dizer
Mia Couto
terça-feira, 23 de junho de 2009
segunda-feira, 22 de junho de 2009
domingo, 14 de junho de 2009
"Jubilação"
Tenho gosto de lisonjear as palavras ao modo que o Padre Vieira lisonjeava. Seria uma técnica literária do Vieira? É visto que as palavras lisonjeadas se enverdeciam para ele. Eu uso essa técnica. Eu lisonjeio as palavras. E elas até me inventam. E elas se mostram faceiras para mim. Na faceirice as palavras me oferecem todos os seus lados. Então a gente sai a vadiar com elas por todos os cantos do idioma. Ficamos a brincar brincadeiras e brincadeiras. Porque a gente não queria informar acontecimentos. Nem contar episódios. Nem fazer histórias. A gente só gostasse de fazer de conta. De inventar as coisas que aumentassem o nada. A gente não gostava de fazer nada que não fosse de brinquedo. Essas vadiagens pelos recantos do idioma seriam só para fazer jubilação com as palavras. Tirar delas algum motivo de alegria. Uma alegria de não informar nada de nada. Seria qualquer coisa como a conversa no chão entre dois passarinhos a catar perninhas de moscas. Qualquer coisa como jogar amarelinha nas calçadas. Qualquer coisa como correr em cavalo de pau. Essas coisas. Pura jubilação sem compromissos. As palavras mais faceiras gostam de inventar travessuras. Uma delas propôs que ficássemos de horizonte para os pássaros. E os pássaros voariam sobre o nosso azul. Eu tentei me horizontar às andorinhas. E as palavras mais faceiras queriam se enluarar sobre os rios. Se ficassem prateadas sobre os rios falavam que os peixinhos viriam beijá-las. A gente brincava no prateado das águas. A mais pura jubilação!
Manoel de Barros
quarta-feira, 10 de junho de 2009
Pátios de Cordoba
Onde a cal é um culto milenário
Onde o sol é um vaso aceso
Onde a sombra é um ninho apetecível
Onde o sossego guarda o santuário
Onde o jardim é uma flor com aroma de incenso
Onde a fonte é a musica para os ouvidos
Onde o poço é um prazer para a vida
Onde a vida é um constante sonhar
Onde o tempo tem a precisão dos sinos da torre
Onde o caminho é um tapete florido
Onde o cravo é um coração ferido
Onde o amor esconde um relicário
Onde o sol é um vaso aceso
Onde a sombra é um ninho apetecível
Onde o sossego guarda o santuário
Onde o jardim é uma flor com aroma de incenso
Onde a fonte é a musica para os ouvidos
Onde o poço é um prazer para a vida
Onde a vida é um constante sonhar
Onde o tempo tem a precisão dos sinos da torre
Onde o caminho é um tapete florido
Onde o cravo é um coração ferido
Onde o amor esconde um relicário
Onde brilha a pérola do ocidente Onde Cordoba é apenas um pátio
José de Miguel
Um bom feriado...
José de Miguel
Um bom feriado...
segunda-feira, 8 de junho de 2009
Fui Sabendo de Mim
quinta-feira, 4 de junho de 2009
Acho que afinal não terei uma frase na parede, mas esse trabalho da Milena Galli, que o Ricardo Lombardi postou é bem legal também:
Make Your Home at Yourself - versão em português from Milena Galli on Vimeo.
quarta-feira, 3 de junho de 2009
O blog dos escritores: Cesare Pavese
“No fundo, a sabedoria do destino é a nossa própria. Porque nós o seguimos tendo consciência daquilo que no fundo nos é permitido realizar. Por mais tentações que tenhamos, nunca erramos nisso. Sempre agimos de acordo com o destino. As duas coisas são uma só.
Quem erra é quem não compreende ainda seu destino. Ou seja, não compreende qual é a resultante de todo o seu passado – que indica o seu futuro. Mas, compreenda-o ou não, indica-o do mesmo modo. Toda vida é exatamente aquilo que devia ser".
Quem erra é quem não compreende ainda seu destino. Ou seja, não compreende qual é a resultante de todo o seu passado – que indica o seu futuro. Mas, compreenda-o ou não, indica-o do mesmo modo. Toda vida é exatamente aquilo que devia ser".
C. Pavese, 31 de março de 1946
Blog do Paulo Roberto Pires | 31/03/2009
terça-feira, 2 de junho de 2009
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